O
Centro de Atenção Integral a Saúde Professor Cantídio de Moura Campos nasce em
1969 , com a ideia de se tornar o maior Hospital Psiquiátrico do Brasil,
planejado para 1.200 leitos, porém, nunca ultrapassou 360 leitos, chegando
neste patamar na década de 70 em decorrência de uma proposta da Reforma
Psiquiátrica que atingiu os hospitais da cidade de São Paulo e, aproximadamente, 150 pacientes vieram
transferidos, vindos dos hospitais de Franco Rocha, Pinel, Água Funda e de Vila
Mariana, transformando-se na atual população de moradores deste hospital.
No decorrer dos anos e com a gradativa entrada de mais técnicos que
passaram a configurar as primeiras equipes de trabalho, novos projetos passaram
a ser implantados, a luz das inovações na assistência em saúde mental que
vinham acontecendo no mundo e em pequena parte do território nacional. E foram
muitas as novidades: a introdução de uma nova lógica no planejamento e
operacionalização dos trabalhos, contribuindo para a viabilização do Projeto
Terapêutico, desfazendo da departamentalização por categoria profissional e
implantando as coordenações por programas de atendimento, dentro da visão de multidisciplinaridade
e da interdisciplinaridade, a dinâmica e a oferta de tratamento,
que até então se baseava exclusivamente na esfera hospitalar ganhou estruturas
ambulatoriais: dois CAPS (para transtornos mentais e para os decorrentes de
álcool e drogas), Oficina Terapêutica “Estação Girassol” e 08 residências
terapêuticas, que tronou possível a redução de 334 leitos. Atualmente, 100% dos
casos considerados crônicos asilares habitam moradias.
Em meados de 2008, por
força do DECRETO Nº 53.269, de 23 de julho de 2008, o Hospital teve alterado
sua denominação para Centro de Atenção Integral à Saúde “Professor Cantídio de
Moura Campos” e, consequentemente, sua amplitude de atendimento, garantindo a
sustentabilidade da assistência extra-hospitalar.
Serviços
Existentes:
- Serviços
Residenciais Terapêuticos “Recanto das Flores”: responsável
pelo desenvolvimento de uma prática de atenção em saúde mental em consonância
com a política de desinstitucionalização, proporcionando que toda atividade
resgate a identidade, respeite a dignidade do usuário e ofereça uma nova
alternativa em relação a sua condição atual, resgatando sua autonomia e capacidade
de assumir novos papéis;
- Unidade
de Internação à Pacientes Acometidos por Transtornos Mentais Agudos - "INTERAGIR": atendimento
a 100% dos casos de pacientes que necessitarem de internação (uma vez esgotados
todos os recursos da rede extra – hospitalar), por período mais breve possível,
visando à remissão do quadro e apoio a ressocialização, tendo como ferramenta a
construção do projeto terapêutico singular. Atualmente com apenas, 26 leitos,
com taxa de ocupação em torno de 90% e média de permanência de 16 dias;
- Centro de
Atenção Psicossocial “Espaço Vivo” – CAPS II: atende
aos usuários portadores de sofrimento mental, evitando ao máximo as internações
psiquiátricas. Nestes últimos cinco anos, passou de 13.271 atendimentos (2012) a
45.906 (2016), aumentando em 346%. Em 2016 o CAPS II começou a funcionar com
complexidade nível III, ofertando dois leitos de hospitalidade e 3 turnos –
ininterrupto por 24h. Dentre os diversos indicadores colhidos, optamos por
apresentar àqueles que apontarão para a efetividade na utilização dos leitos de
hospitalidade. Em linhas gerais tivemos em 2015 um total de 102 encaminhamentos
para internação. Em 2016 foram 15% a menos. Nessa hospitalidade, 93%
obtiveram melhora do quadro, retornando às suas casas e família, sendo que apenas
7% necessitaram de encaminhamento ao serviço hospitalar, demonstrando a
impactante eficácia na busca pela redução da internação;
- Oficina
Terapêutica “Estação Girassol”: têm como objetivo a criação de um
espaço que proporcione o aprendizado de técnicas para a realização de
atividades, a oportunidade de desenvolver potencialidades e um espaço de
expressão, socialização, assim como, proporciona uma maior autonomia e
independência socioeconômica;
- Centro de
Atenção Psicossocial - CAPS AD II – Álcool e Drogas “Renascer”: têm como
proposta oferecer tratamento alternativo entre a internação e tratamento
ambulatorial. Vem aumentando seu atendimento desde 2009. Tendo atingido seu
ápice em 2015 com 32.251 atendimentos.
Por: Marly Tieghi de Mello
Diretora Técnica de Saúde III
